VALORES E SUBJETIVIDADE DO JOVEM EM CONFLITO COM A LEI: SEUS MUNDOS E SEUS CAMINHOS

Abstract

O OBJETIVO DESTA PRODUÇÃO É O DE VERIFICAR A FORMAÇÃO DOS VALORES DOS JOVENS INFRATORES EM NOSSA SOCIEDADE E COMO ESTA CONDIÇÃO É PRODUZIDA. COMPROVAR, QUANDO ESTE JOVEM SINALIZA POSSIBILIDADES PARA CONFIGURAR UM CAMINHO DIFERENCIADO E COMO ESTES MESMOS JOVENS RESPONDEM DE FORMA SATISFATÓRIA ÀS RARAS OPORTUNIDADES QUE LHES SÃO OFERECIDAS. APONTAR COMO A CONSTITUIÇÃO DE VALORES ESTÁ DIRETAMENTE LIGADA À CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE QUE TEMOS E COMO ESTA SOCIEDADE DELIBERA OS PAPÉIS. É O QUE CHAMAMOS SUBJETIVIDADE. ERA PUNGENTE A NECESSIDADE DE INVESTIGAR SITUAÇÕES PRESENCIADAS, NO INTERIOR DO DEPARTAMENTO GERAL DE AÇÕES SÓCIO-EDUCATIVAS - DEGASE, CASAS DE ACOLHIDA E ABRIGOS... ERA PRECISO ESCLARECER COMO UM ADOLESCENTE TIDO COMO "DE ALTA PERCIULOSIDADE`` BRIGA POR UM BRINQUEDO. COMO ESTE MESMO JOVEM AO ENCONTRAR A CARTEIRA DE UM EDUCADOR COM UMA EXPRESSIVA QUANTIA EM DINHEIRO, PROCURA PELO SEU DONO E ENTREGA SEUS PERTENCES. AO MERGULHARMOS NA ORIGEM DO PROBLEMA, VERIFICA-SE, DENTRE OUTRAS RAZÕES, UMA ACENTUADA FALTA DE ESTRUTURA FAMILIAR QUE DELIMITA O CAMPO DE POSSIBILIDADES PARA ESTE GRUPO DE ADOLESCENTES QUE, EM SUA MAIORIA, É FORMADO POR NEGROS EMPOBRECIDOS QUE SÃO ESTRUTURALMENTE EXCLUÍDOS. A REFERIDA PRODUÇÃO DEVERÁ CONTRIBUIR COM UM NOVO OLHAR ACERCA DO PROBLEMA, PERCEBER O ADOLESCENTE INFRATOR COMO PEÇA DE UM JOGO QUE NÃO DEVE TER UM RESULTADO DIFERENTE. PROFISSIONAIS DE NOSSA SOCIEDADE AGEM EM PROL DESSES JOVENS. O OBJETIVO DESTA PRODUÇÃO É SUBSTANCIAR ESTAS VOZES, DAR VERACIDADE À POSIÇÕES CONTRÁRIAS AO SENSO COMUM. ENTÃO, SUBSTANCIAR UMA OPINIÃO CONTRÁRIA QUE VISE ELUCIDAR A ORIGEM DO PROBLEMA DO ADOLESCENTE INFRATOR. PARA TANTO, NOS APROPRIAREMOS DA METODOLOGIA DA PESQUISA-AÇÃO E TRABALHAREMOS COM JOVENS QUE TENHAM ALGUMA VINCULAÇÃO COM O DEGASES QUE É A INSTITUIÇÃO RESPONSÁVEL PELA RECLUSÃO DOS JOVENS EM CONFLITO COM A LEI DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. CARACTERÍSTICA ESPECÍFICA NA PRODUÇÃO DESTE TRABALHO É A OPÇÃO DE NÃO ENTREVISTARMOS O JOVEM NO INTERIOR DA REFERIDA INSTITUIÇÃO. TAL OPÇÃO DEU-SE EM FUNÇÃO DA POSSÍVEL DISSIMULAÇÃO OCORRIDA NESSE MOMENTO. AO EXPERIMENTAREM A INTERNAÇÃO, SE PERCEBEM COMO PARTICIPANTES ETERNOS DESTA CONDIÇÃO. NESTE MOMENTO, É COMUM GRANDE DOSE DE DISSIMULAÇÃO EM VIRTUDE DA EXPECTATIVA DE QUALQUER FALA POSSA SER INTERPRETADA DE FORMA A COMPROMETER UMA EVENTUAL INTERPRETAÇÃO DO JUDICIÁRIO. PORTANTO, OS JOVENS SERÃO ESCOLHIDOS JUNTO A ENTIDADES QUE ATUEM COM JOVENS EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL E QUE TENHAM CUMPRIDO MEDIDA DE INTERNAÇÃO NO DEGASE. NESTE MOMENTO, É VERIFICADA A CONTINUIDADE DE PRÁTICAS QUE TENHAM LEVADO O JOVEM À CONDIÇÃO DE INTERNAÇÃO, OU SEJA, O JOVEM QUE TENHA CUMPRIDO MEDIDA DE INTERNAÇÃO E AO SAIR DESTA SITUAÇÃO NÃO TENHA MODIFICADO SUAS AÇÕES. É QUANDO ADMITIMOS QUE ESTE JOVEM REÚNE CARACTERÍSTICAS QUE PODEM LEVÁ-LO A ESTA CONDIÇÃO. CONTUDO, TAL CONFIRMAÇÃO NÃO EXCUI A NECESSIDADE DE INTERAGIRMOS COM OUTROS ATORES QUE COMPÕEM A REDE DE RELAÇÕES DESTE JOVEM. ESTA REDE TENDE A DEMONSTRAR CARACTERÍSTICAS DE PERSONALIDADE QUE, VIA DE REGRA, NÃO SÃO REVELADAS. NARRATIVAS DE SITUAÇÕES VIVENCIADAS NO INTERIOR DO DEGASE SERÃO RESGATADAS E CONFRONTADAS COM AS ENTREVISTAS DE FORMA QUE AJUDEM A COMPOR UM QUADRO QUE APONTE A SITUAÇÃO INVESTIGADA.