EM BUSCA DA VIDA NA ESCURIDÃO: MENINAS PRIVADAS DE LIBERDADE NUMA INSTITUIÇÃO GOVERNAMENTAL

Abstract

ESTA PESQUISA PRIVILEGIOU O ESTUDO DO COTIDIANO DA VIDA DA ALA FEMININA DA CASA DE ACOLHIMENTO DE MENORES (CAM), EM SALVADOR, BAHIA. A CASA É DESTINADA A FAZER CUMPRIR AS SENTENÇAS QUE SÃO IMPUTADAS AOS ADOLESCENTES CONSIDERADOS INFRATORES, PELA LEI. A OBSERVAÇÃO FOI PARTICIPATIVA, ESTANDO EU PRESENTE EM TODAS ATIVIDADES DO COTIDIANO DAS MENINAS RECLUSAS. FORAM UTILIZADAS GRAVAÇÕES E FOTOS, COLHI LONGOS DEPOIMENTOS, PROPORCIONEI ALGUMAS ATIVIDADES LÚDICAS COMO DESENHO, PINTURA, COLAGEM. USEI LARGAMENTE A MÚSICA E A RECITAÇÃO DE VERSOS, COMO ISSO COLHI FARTO MATERIAL. COM BASE NA PESQUISA PUDE CONSTATAR COMO AS MENINAS SE UTILIZAM DE ESTRATÉGIAS PARA "HUMANIZAREM" A INSTITUIÇÃO, UMA VEZ QUE O MODELO EMPREGADO É PRISIONAL, PRIVANDO-AS DE QUALQUER MÉTODO EDUCATIVO. ELAS CONSEGUEM TRANSITAR PARA DENTRO OU PARA FORA DA INSTITUIÇÃO, APESAR DE TODAS AS FORTES PORTAS DE FERRO, DOS CADEADOS E DOS OLHARES ATENTOS DAS ORIENTADORAS. ASSIM SENDO, ELAS DÃO FORMA A INSTITUIÇÃO PELA MANEIRA COMO TRANSGRIDEM AS REGRAS E SUBVERTEM O QUE FORA INSTITUÍDO. SEM QUE HAJA UMA PREMEDITAÇÃO, INSTITUIÇÃO E MENINAS INTERNAS INTERAGEM, EMBORA DE UMA MANEIRA PERVERSA E DISSIMULADA, EM ALGUNS MOMENTOS. A PESQUISA DÁ SUBSÍDIOS PARA O ENTENDIMENTO DE INSTITUIÇÕES QUE TRATAM DE ADOLESCENTES CONSIDERADOS INFRATORES, PELA LEI. APESAR DE TODOS MAUS TRATOS A QUE A INSTITUIÇÃO SUBMETE AS MENINAS INTERNAS, ELAS CONSEGUEM TER UM CERTO DOMÍNIO DA SITUAÇÃO PRISIONAL E CONSEGUEM MANTER A CRIATIVIDADE E CRIAR SUBTERFÚGIOS A FIM DE SOBREVIVEREM À IMPOSIÇÃO GOVERNAMENTAL.